sábado, 28 de março de 2015

Um ano, dia por dia. Um ano que parece ter dez vezes 365 dias ou apenas duas semanas. Porque um ano em que tudo passou demasiado rápido mas em que "tantos morreram e tantos nasceram".
Há um ano atrás estava bloqueado logo depois do túnel da Mancha. Festejava o teu aniversário de copo de cerveja na carruagem-bar. Apresentava o ar ao mesmo tempo atrevido e culpado de quem tinha acabado de fumar o segundo cigarro proibido no toilette do eurostar. Por duas vezes ameaçado de regressar a Paris nessa mesma noite. Sim, recordo-me, era um problema relacionado com a diferença da norma eléctrica entre França e Inglaterra. Pensei que não iria poder brindar ao teu aniversário. Duas horas e algumas cervejas depois, o monstro pôs-se em marcha de novo.
Lembro, à chegada, aquele pianista esquizofrénico, sem-abrigo, John? mas cultivado na execução de peças de música medieval. E do teu abraço, de mo apresentares, do teu brilho que ainda hoje me assombra... Agora que atravesso trezentos e sessenta e cinco dias sem poder brindar contigo

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