quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

14 Anos. 14 anos tirados do corpo a ferros. Mas fui eu que arranquei esse bocado de mim mesmo e por isso não posso culpar senão a mim mesmo. Antes a vida. Depois o vazio, nada nada nada. Por um daqueles momentos em que queremos mostrar uma coragem que nem sabemos se temos para que não se comprometa tudo. Para que não se comprometam todos.
É difícil de entender. Mesmo para nós é quase impossível saber. Sequer se foi uma decisão "acertada" ou "errada" (fossem as questões e as suas respostas assim tão definidas); às vezes pergunto-me se quereria voltar atrás (sim!) e se teria feito tudo igual (não!). Gostaria de ter feito um bom monte de coisas de maneira diferente. Gostaria de pura e simplesmente não ter feito uma boa centena de cenas. Oportunidades para aprender? Tive (eu que achava que gostava de aprender). Mas só me posso lamentar, o que nem sequer é forma de pedir desculpas (nunca soube pedir desculpas; afinal acho que apesar de tudo se deve pedir desculpas). Apesar da quase hipocrisia que isso representa, sobretudo quando se pede desculpa uma segunda vez por um erro repetido; apesar de elas se deverem evitar e não exprimir; apesar de um pedido de desculpas não ter que ser formulado. Et caetera, et caetera...
E até foi duro o parto daquele que faria hoje (ou ontem? nunca se soube muito bem) catorze anos. E ele foi menos bom para mim às vezes mas, eu sei, eu fui muito pior, deveria ter deixado que me arrancassem uma costela logo nas primeiras vezes que o maltratei, isso obrigar-me-ia a ter sido mais adulto e menos egoísta (curioso, não estou a fazer nada para ser mais uma coisa nem menos a outra nestes meses).
..........................

Sem comentários: