A uma dada altura deixei de meter aqui postas a falar das greves em França (ou, mais particularmente, em algumas linhas de algumas redes de transporte de Paris e da região Parisiense). Acontece que, ao contrário do que acontece com outras verdades adquiridas, o cliché que diz que a Greve é um desporto nacional Francês confirma-se plenamente.
Lembro-me de um caso (RER A / um milhão de passageiros por dia praticamente parado durante um par de semanas) em que não me conseguiam dizer por que estavam eles em greve. A resposta mais comum era mesmo: para ELES fazerem as compras de Natal.
Mas hoje foi a greve contra o aumento da idade da reforma. Eu consegui ir trabalhar. Fiz um circuito alternativo, mas lá cheguei. De resto, o problema concerne-me tanto quanto a qualquer um de vocês. Não beneficio (nem prevejo beneficiar) da Sécurité Sociale e a minha idade da reforma será a que for quando lá chegar. Em Portugal, normalmente.
Mas o povo francês respondeu bem: segundo os sindicatos, mais de 2 milhões de pessoas saíram à rua. Segundo o governo de Fillon, 1 300 000 pessoas. Importante, com ou sem manipulação de números. No entanto, na parte do alinhamento telejornalístico em que mostraram as pessoas que foram impactadas pela greve sem nela participarem (por não poderem, em alguns casos) vi passageiros de comboio e avião em terra, mães a terem que faltar para ficarem com os filhos, pessoas apinhadas em camionetas a declararem estar de acordo com a greve.
Também estou. Nenhum dos argumentos (em nenhum país da Europa) me convence a concordar com o aumento das idades da reforma para financiar os défices ou compor as finanças públicas. Os sindicatos dizem que poderão convocar uma manifestação para um Sábado se o governo não ceder.
Se o fizerem, lá estarei.
Lembro-me de um caso (RER A / um milhão de passageiros por dia praticamente parado durante um par de semanas) em que não me conseguiam dizer por que estavam eles em greve. A resposta mais comum era mesmo: para ELES fazerem as compras de Natal.
Mas hoje foi a greve contra o aumento da idade da reforma. Eu consegui ir trabalhar. Fiz um circuito alternativo, mas lá cheguei. De resto, o problema concerne-me tanto quanto a qualquer um de vocês. Não beneficio (nem prevejo beneficiar) da Sécurité Sociale e a minha idade da reforma será a que for quando lá chegar. Em Portugal, normalmente.
Mas o povo francês respondeu bem: segundo os sindicatos, mais de 2 milhões de pessoas saíram à rua. Segundo o governo de Fillon, 1 300 000 pessoas. Importante, com ou sem manipulação de números. No entanto, na parte do alinhamento telejornalístico em que mostraram as pessoas que foram impactadas pela greve sem nela participarem (por não poderem, em alguns casos) vi passageiros de comboio e avião em terra, mães a terem que faltar para ficarem com os filhos, pessoas apinhadas em camionetas a declararem estar de acordo com a greve.
Também estou. Nenhum dos argumentos (em nenhum país da Europa) me convence a concordar com o aumento das idades da reforma para financiar os défices ou compor as finanças públicas. Os sindicatos dizem que poderão convocar uma manifestação para um Sábado se o governo não ceder.
Se o fizerem, lá estarei.
2 comentários:
Da última vez que estive em Paris, a primeira coisa que recordo é uma manifestação de professores em greve que me dificultou seriamente a chegada ao "Hotel Ibis Paris Bastille Opera". Sou pobre. Não tenho dinheiro para o Ritz. Mas um dia destes faço greve.
Há pouca gente que não seja pobre para o ritz. E os que lá vão fazem greve quando querem. Lá encontram os seus motivos
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