...ou Lutécia?

Descubramos então as diferenças:

• A Simpatia: sair de Paris significa que se vai forçosamente encontrar mais sorrisos, mais abertura, mais disponibilidade. quem cá veio sabe isto. Até os Parisienses estão conscientes disto. Mas chegar à "fronteira" e ter logo bom-humor, sorrisos, conversas é entrar com o pé direito. Pedir uma direcção e sair o bar-tender de trás do balcão para sair do Pub e indicar o caminho é quase estar no Porto. Pedir informações e explicarem-nos devagarinho para entendermos é um cartão de visita. Na "minha Paris" a resposta a este tipo de questões costuma ser do tipo "Démerde-toi que já é uma sorte do caraças estares em Paris".
• O Relax: é um corolário da anterior. Em Paris, ao mínimo problema de organização, à mínima fila de espera, atraso, o que seja, a malta começa a bufar, a praguejar, a insultar. Em Londres está-se bem. Não há-de ser nada. O índice de ataques cardíacos deve ser bem menor outre-manche. Ou então não sei.
• O Luxo: Paris é uma cidade sempre monumental e luxuosa, o dinheiro. vê-se. Altas casas, altos carros. Londres é menos, bastante menos talvez. Mas cruzam-se Aston Martins, Rolls Royces, Ferraris - ainda por cima vindos pela esquerda - a cada minuto. O dinheiro rola.
• Os Transportes: Nem vou deixar reticências. O Tube é fixe. Mas desiludiu-me. É limpinho, é certinho, não está ocupado a 120 % fora das horas de ponta como o Metro de Paris e podemos sempre sentar-nos. Mas não é a mesma coisa. Estivemos a dormir na área de Kensington, perto do Hyde Park. Tinha um metro "relativamente" próximo. À mesma distância desse metro posso encontrar, da minha casa, as seguintes estações de Metro: Pernety, Gaitê, Plaisance, Montparnasse, Edgar Quinet, Vavin, Raspail, Pasteur, Denfert-Rochereau, mesmo Port-Royal. Bem, já vão DEZ.
• Necessidades: estamos em Camden town. Já lá vão umas horas. E a alimentação não ajuda. Preciso de ir à casa de banho. Já! E a casa de banho pública de uma feira meio alternativa é... UM MIMO. Limpa, com papel, sabonete, tudo branquinho e lavadinho. O mesmo se pode dizer de qualquer casa de banho de bar ou restaurante. Agora experimentem, em Paris de França, ir à casa de banho do café mais luxuoso, depois de pagarem mil paus por um café. Não digo mais nada.
• Beber Até Morrer? : Os bifes têm fama de bebedolas. Bem o sabemos. Não têm é o proveito. Tentem lá beber uma cerveja ao Sol de uma esplanada. Ou em Camden, enquanto comem ao lado do canal. Só se for sem alcoól. Daí, talvez seja por isso que eles se enfrascam nos Pubs até não poderem mais. Mas aí digo-vos eu: aqui na velha Lutécia, para ter companhia para beber a sério, tenho duas escolhas: Portugueses ou Belgas. Em London, dá para encontrar mais malta que acompanhe.
• E uns trocos? : Podem pegar no parágrafo das estações de metro e substituir por mendigos. Embora em Paris consiga haver mais mendigos que estações e em Londres menos. Não sei onde os metem. Mas lá que os devem meter em algum sítio, lá isso devem.
• Os Indígenas : Sempre pensei que havia mais "variedade" na capital do império. Mas não me pareceu. Em Paris, há mais cores, mais origens, mais diferença. E também se anda mais bem vestido. Sobretudo elas. Falando nisso, se as Francesas são uma putas, as Inglesas são umas putéfias. Bon... Quanto ao sector gay: em Paris há o Marais, em Londres há uma zona de bares perto de Picadilly. Mas ao menos em Paris, as meninas também andam por lá à mistura. O que anima...
• Restaurante: Ao contrário do que se passa na congénere francesa, em Londres os empregados não te tratam como se te estivessem a fazer um grande favor por te servirem comida que vais pagar a peso de ouro. Mas claro que nem vou comparar a comida, pois não?

E agora? Bem, to make a log story short ou pour faire court, para já fico onde estou. E bem. E com vontade de voltar a atravessar a mancha brevemente.