Trilogia (não cronológica nem lógica) do MOSH 1

Back to the Milano Mosh

O nome do blogue que esteve quase a quebrar a minha resistência à blogautoria (que à blogosfera nunca tive) seria Milano Mosh.
O objectivo era o mesmo deste blog: dar aos meus amigos notícias da minha ausência.
A razão da criação era um convite transmitido pelo meu chefe à época: passar nove meses em Milão a "preparar um projecto".
O blog não chegou a concreto porque a estada em Milão transformou-se numa longa série de viagens semanais entre Porto e a cidade de Sforza e da última ceia (a pintura, não o repasto).
O nome era bem achado: iria dar conta dos meus encontrões e empurrões por terras italianas.
Mas é o nome de uma bela musiquinha dos SOD. Aprendi a letra (o hino) cantada por um grande amigo que me introduziu (no bom sentido) ao metal, tentando afastar-me das tendências curistas (já aqui falei) e rezava: WE MOSH, until we die WE MOSH, until you fry que eu, criativamente, cantava: WE MOSH, into the walls, WE MOSH out to the sky. Já agora, o grupo era engraçado uma banda entre o Hardcore e o Thrash Metal composta por alguns Anthrax e o Billy Milano. Por mim, sempre os achei mais fixes que os Anthrax, sempre tive um fraco por letras non-sense e por gozões que fazem trinta e pico faixas num álbum só para descontrair, ainda por cima pesadíssimo com uma lentidão poderosa intercalado por batidas alucinantes.

Esta semana voltei a Milão por uma jornada (giornatta?), umas 48 horas depois de ter regressado ao meu poiso quando bem gozadas as vacanças de 6 dias no Portugal.
Os táxis em speed, as estradas entupidas, os prédios à entrada naquele estilo cidade industrial chunga com publicidade de classe, os carros bonitos, o imponente Meazza, a língua cantante, cantante, as mulheres bonitas, o velho bunker onde trabalhei, os fatos de bom corte em tipos todos penteados e com barba de galã de cinema (aquele barba de três dias que dura todos os dias - como é que eles fazem?), até a pasta e o prosciutto de Parma do buffet, os cartazes dos partidos políticos (eles têm uns trinta mel só desde o ultra-fascismo até ao centro-direita), tudo parecia na mesma. Depois, aquele jeito de serem simpáticos com a impressão de que nos estão sempre a endrominar. Faltou-me uma boa jantarada com a devida burrata e os enchidos.

A Burrata? Não descrevo!! É ir a Itália (sabe o que é a Itália?) e experimentar! É demais, mas comam só em Itália, não é snobeira, já comi em Madrid e nem p'ra moça, eles dizem que veio de lá (e só pode) mas ela tem que estar bem bem fresca, um regalo, e diz-vos este camarada que só gosta de mozarella porque não perdoa a nenhum queijo...