Outra greve, a parte 2 contra as reformas. Um risco para os sindicatos: afinal dois dias sem salário no mesmo mês já pesa. Mas o povo aderiu. Respect, respect. Contra o autismo de Sarkozi e do governo Fillon, que permitem as maiores barbaridades financeiras à sua meia dúzia de escolhidos (a malta do Fouquet's) enquanto expulsam imigrantes dando prioridade a uma etnia (e não a uma lei) e querem comparar-se ao pior da Europa na idade da reforma.
Barbaridades financeiras: Liliane Bettencourt deu MIL MILHÕES DE EUROS a um amigo fotógrafo. Não lhe deu apenas isso: deu quadros (Picasso, Mondrian, De Chirico, Munch, ..., ...) deu manuscritos (Céline, Sartre, ..., ...), deu primeiras edições (Hugo, Balzac, ...). E não pode a velha dar o que é seu a quem quiser? Sim, pode e deve. Mas ela tem contas não declaradas na Suiça, dinheiro em paraísos fiscais. Ah, é verdade: nunca trabalhou!
Prioridades: Acho que foi em Julho que um cigano (um ROM) matou um polícia. Sarko aproveitou o embalo: poderia aplicar uma lei fazendo-se vítima desses romenos e búlgaros que vêm para cá trabalhar e, em modo jackpot, desviava as atenções do caso Woerth - Bettencourt.Reforma: o condutor da lei da reforma é Eric Woerth. Parece um menino de coro. Tem cara de quem não parte um prato. Foi ministro do Orçamento enquanto, ao mesmo tempo, era tesoureiro do UMP, partido de Sarkozi. Nada de grave, depois apanhou o Ministério da Segurança Social, uma promoção. Entretanto, foi implicado no escândalo Bettencourt. Resumo livremente: a filha Bettencourt decide tentar dar a velha como incapacitada para a impedir de esbanjá-la como lhe aprouver. Descobre-se que a velha tem (ou teve) como conselheira fiscal (ou coisa do género) a mulher de E. Woerth. Claro que ele não tem nada que ver com o assunto. Um anjo. Mas sabe-se entretanto que meteu uma cunha (escreveu uma carta) a um próximo de Bettencourt para que a senhora Woerth entrasse ao serviço. Entretanto - ele há coincidências - relembram-nos que esse senhor recebeu a Legião de Honra, recomendada pelo nosso anjinho. Mas como? "Eu sou sério", "Eu não sou desonesto". Disse então que nunca intercedeu a favor desse senhor para a condecoração. Mas é preciso ter azar. E liberdade de imprensa. Salta uma carta do nosso Eric a recomendar a dita Legião de Honra.
Tudo isto no homem que anda a afrontar a França que trabalha ("La France qui se leve tôt") e que quer uma reforma com dignidade e com saúde...
Os números? Uma vergonha ainda pior do que a outra: 900 000, segundo uma parte, 3 000 000, segundo a outra. Para quando uma contagem idónea?
Mas seja como for, é muita gente.
Respect, respect.
Foto: Le Monde (mobilização em Strasbourg)
3 comentários:
Fogo, qual Paulo Dentinho qual quê! Grande post!
E quanro a greves gerais em França, a melhor maneira de fugir a ela é mesmo ficar em casa! ;)
foste, broche? ou cagaste? :-)
Caramba :-))))
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