Lembro-me de me esperares naquela mesma saída em Saint
Pancrass, daquele pianista que tanto te comovera: sem-abrigo, doente mental e,
no entanto, virtuoso e culto a manusear aquele piano público.
Lembro-me de te abraçar, daquele nosso sorriso, da alegria
de nos encontrarmos após uma viagem de Eurostar
cheia de incidentes, em que houve mesmo a ameaça de refazermos o percurso de
volta a Paris, naquela noite em que festejávamos o teu aniversário.
Lembro-me que, de cada vez que eu vinha, tinhas o “meu” Oyster preparado, tinhas o percurso
planeado (como sempre tinhas aonde quer que fôssemos).
Mas não quero que este texto (este fim de tarde) se torne
melancólico e saudoso. Quero sentir-me bem por estar de novo em Camden Lock. Quero sorrir á ideia de
encontrar um amigo, e quero aproveitar esta cerveja fresca entre os Londoners. E, bem… como é que dizia a
t-shirt que ainda agora cruzei? “I
do nothing; I just drink and know things”.
Só que eu não sei “coisas”. Eu não sei nada, na verdade…
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