
Ontem por esta hora estava a entrar em casa. Vinha de uma das piores aterragens da minha vida. Brrrrr. Olhava pela janela e via o reflexo dos faróis do bicho circunferência formada pela rotação da hélice - lá fora nevoeiro cerrado, húmido - e conseguia perceber o vento a bater no aviãozito e ele a gingar assustadoramente. Percebi também o trem de aterragem a sair, era capaz de ver as rodas ao meu lado, já as tinha visto bem à ida para lá. Quando aterrou estava quase a começar um pai-nosso, o colega ao meu lado devia estar a pensar "como é que este caralho ainda não teve um ataque cardíaco com a quantidade de viagens que faz?", mas a verdade é que me estava mesmo a passar. De resto, já a ida não foi famosa: mesmo mesmo antes de começar a nevar começámos o embarque. Com atraso de uma hora, no less. Ou seja, aquilo que poderia ter sido uma descolagem pacífica transformou-se numa pequena aventura com activação das hélices (nunca tinha andado num avião a hélices), paragem das hélices com arrefecimento. Novo arranque, corrida na pista (uns quilómetros), nova paragem, lavagem da neve por cima do avião, novo arranque, speed e - finalmente - 'tá a voar, passar a Normandia, atravessar o Canal da Mancha (dezoito anos depois), ver uma amostra de praia (estava céu limpo), uma mirada a Londres do meu lado esquerdo (com direito a Thames, Tower Bridge e roda gigante).
Depois os bifes: bem-dispostos, com speed, motivados, simpáticos, um prazer (espero não engolir o meu chapéu mais tarde). Ainda fui conduzido ao Hotel por um tipo que mal me ouviu dizer que era do Porto falou do grande fêcêpê e do "seu" Aston Villa.
Viste, Gonça?
À noite, um Pub, uma hora a menos no relógio, um jantar cedinho, uma oportunidade de leitura antes de adormecer e umas boas horas de sono.
E agora, aqui na minha carteira, umas quantas libras que gostava mesmo de ir gastar a Londres, um buraco no meu currículo.
2 comentários:
E nem falo dos meus trajectos de táxi. Os francias estavam sempre a flipar com a condução tuga mas ultimamente cada vez me passo mais com a condução destes gajos, a música, os telemóveis. Continuo a detestar andar de carro sem conduzir. Cada vez é mais comboio...
vi man, vi.
vi tudo!
um abraço,
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