sexta-feira, 3 de abril de 2009

Concertos que não vi 2

PESTE & SIDA (com Heróis do Mar) - Pavilhão Infante de Sagres - PORTO 1988

Pelos meus doze, haviam-me prometido um vinil dos peste & sida. Já tinha ouvido em K7 e tinha gostado, sabia a carraspana de cor. Um amigo trazia-me uns discos sempre sem capa (e ainda os tenho em casa dos papás) porque o pai camionista trazia as "sobras" da lamiré. A verdade é que Veneno foi interceptado por um gandulo que nunca o devolveu e perdi-o antes de o ter ganho. Nessa altura fui ver o primeiro concerto da minha vida, o primeiro a sério, ainda que tenham sido os meus pais e um casal amigo a levar-nos lá. Lamento que o meu primeiro tenho sido o dos Xutos em Canelas, não pelo concerto dos Xutos em Canelas, claro. Nessa altura delirava com o triplo n'Os Belenenses e delirei com o ambiente alucinado que me levou dos Falecido Alves dos Reis aos agora dinossauros do rock. Na verdade, nunca tinha visto nada assim, os punks rebolavam-se na poeira (nos dois sentidos), numa altura em que os campos de futebol eram pelados e eu e o meu mano - ainda mais chavalo - curtimos de ponta a ponta.
Mas gostava de me ter iniciado antes. No pavilhão onde mais tarde vi Carcass e onde também falhei Transvision Vamp (ver concertos que não vi 1), reuniram-se o expoente punk português e uma banda muito eighties que não me puxava e que tinha um perfil demasiado nacionalista para o público espectador. Conta-me o Gonça que não foi fácil para os Heróis (que não os meus) aguentar a animosidade (e o cuspo) da audiência. Se hoje entrasse num carro e ouvisse o "Paixão" juro que iria gostar do som de baixo e daquela produção cuidada, mas na altura confesso que cuspiria.
Cantar de fio a pavio o "Gingão", o "Furo na Cabeça" ou o supra-dito "Carraspana", isso sim, seria uma memória.
Próxima edição: The Cure - Alvalade - 1989

10 comentários:

Taxi Driver disse...

"Se hoje entrasse num carro e ouvisse o "Paixão" juro que iria gostar do som de baixo e daquela produção cuidada, mas na altura confesso que cuspiria."
Típico!
Uma vez punk, agora cantadeiro de "produções cuidadas"! Punk is not dead?! LOL!

Amil Neila disse...

Não comento taxistas, a última vez que andei num, fui até ORLY às 6 da manhã a ouvir música árabe com o tipo a batucar (bem e com power, reconheça-se) o volante

everything in its right place disse...

naquela altura ainda não "crias" no álcool, digamos que ainda eras uma cria.

que raio de nome, esse "falecido Alves dos Reis". fico sempre com pena do pessoal a divertir-se sobre a sua tumba, dasssss!

everything in its right place disse...

não fico com pena do pessoal a divertir-se sobre a tumba do falecido Alves dos Reis.

fico com pena do falecido Alves dos Reis a fazer tijolo com o pessoal a divertir-se por cima dele.

a divertir-se ou a andar à porrada e a cuspir, whatever!

everything in its right place disse...

o facto de o pessoal só andar a ir a blogs que tenham vinte e tal comentários permite que se tenham conversas intimistas nos nossos blogs!
já viste, que bonito?
:o)

Amil Neila disse...

Everything, donde teclas?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

ddtc?

DomingonoMundo disse...

Pois eu tive a honra, no meu "primeiro concerto", de os ver (talvez dois anos mais tarde) no Parque de Exposições da Ribeira de Gaia, na altura em que saiu o "é que é". Muitos skins, uma turba de punks, porrada de criar bicho... os ingredientes todos para encantar um imberbe. Na segunda-feira seguinte, fui expulso da aula de História por ter entrado atrasado e a cantar o "eu vou para a Jamaica". Imaturidades. Se fosse hoje entrava a cuspir!

Amil Neila disse...

Expulso, entre aspas, não chegaste a ser in-pulso, uma vez que ainda estavas a entrar hehe