PESTE & SIDA (com Heróis do Mar) - Pavilhão Infante de Sagres - PORTO 1988
Pelos meus doze, haviam-me prometido um vinil dos peste & sida. Já tinha ouvido em K7 e tinha gostado, sabia a carraspana de cor. Um amigo trazia-me uns discos sempre sem capa (e ainda os tenho em casa dos papás) porque o pai camionista trazia as "sobras" da lamiré. A verdade é que Veneno foi interceptado por um gandulo que nunca o devolveu e perdi-o antes de o ter ganho. Nessa altura fui ver o primeiro concerto da minha vida, o primeiro a sério, ainda que tenham sido os meus pais e um casal amigo a levar-nos lá. Lamento que o meu primeiro tenho sido o dos Xutos em Canelas, não pelo concerto dos Xutos em Canelas, claro. Nessa altura delirava com o triplo n'Os Belenenses e delirei com o ambiente alucinado que me levou dos Falecido Alves dos Reis aos agora dinossauros do rock. Na verdade, nunca tinha visto nada assim, os punks rebolavam-se na poeira (nos dois sentidos), numa altura em que os campos de futebol eram pelados e eu e o meu mano - ainda mais chavalo - curtimos de ponta a ponta.
Mas gostava de me ter iniciado antes. No pavilhão onde mais tarde vi Carcass e onde também falhei Transvision Vamp (ver concertos que não vi 1), reuniram-se o expoente punk português e uma banda muito eighties que não me puxava e que tinha um perfil demasiado nacionalista para o público espectador. Conta-me o Gonça que não foi fácil para os Heróis (que não os meus) aguentar a animosidade (e o cuspo) da audiência. Se hoje entrasse num carro e ouvisse o "Paixão" juro que iria gostar do som de baixo e daquela produção cuidada, mas na altura confesso que cuspiria.
Cantar de fio a pavio o "Gingão", o "Furo na Cabeça" ou o supra-dito "Carraspana", isso sim, seria uma memória.
Próxima edição: The Cure - Alvalade - 1989
Cantar de fio a pavio o "Gingão", o "Furo na Cabeça" ou o supra-dito "Carraspana", isso sim, seria uma memória.
10 comentários:
"Se hoje entrasse num carro e ouvisse o "Paixão" juro que iria gostar do som de baixo e daquela produção cuidada, mas na altura confesso que cuspiria."
Típico!
Uma vez punk, agora cantadeiro de "produções cuidadas"! Punk is not dead?! LOL!
Não comento taxistas, a última vez que andei num, fui até ORLY às 6 da manhã a ouvir música árabe com o tipo a batucar (bem e com power, reconheça-se) o volante
naquela altura ainda não "crias" no álcool, digamos que ainda eras uma cria.
que raio de nome, esse "falecido Alves dos Reis". fico sempre com pena do pessoal a divertir-se sobre a sua tumba, dasssss!
não fico com pena do pessoal a divertir-se sobre a tumba do falecido Alves dos Reis.
fico com pena do falecido Alves dos Reis a fazer tijolo com o pessoal a divertir-se por cima dele.
a divertir-se ou a andar à porrada e a cuspir, whatever!
o facto de o pessoal só andar a ir a blogs que tenham vinte e tal comentários permite que se tenham conversas intimistas nos nossos blogs!
já viste, que bonito?
:o)
Everything, donde teclas?
ddtc?
Pois eu tive a honra, no meu "primeiro concerto", de os ver (talvez dois anos mais tarde) no Parque de Exposições da Ribeira de Gaia, na altura em que saiu o "é que é". Muitos skins, uma turba de punks, porrada de criar bicho... os ingredientes todos para encantar um imberbe. Na segunda-feira seguinte, fui expulso da aula de História por ter entrado atrasado e a cantar o "eu vou para a Jamaica". Imaturidades. Se fosse hoje entrava a cuspir!
Expulso, entre aspas, não chegaste a ser in-pulso, uma vez que ainda estavas a entrar hehe
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