terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Problemas Técnicos

1.
Todos nós já estivemos à espera de um comboio atrasado, para não falar dos autocarros que, enquanto os usei, nem sequer me deixavam passar pela cabeça que pudessem cumprir um horário. Acho, no entanto, que os aviões se esforçam por manter a tabela. Talvez devido às elevadas taxas que têm pagar se desestabilizarem o tráfego aéroportuário ou pela complexidade logística que os obriga a uma certa organização (a começar pela pontualidade). Creio que, mesmo que a percepção possa não ser evidente, os aviões descolam (e aterram) à hora. Se não, basta olhar para os anúncios de chegadas onde, de entre largas dezenas de vôos (ou voos?), há um ou dois com indicação de atraso (está bem, já sei, um deles é o vosso). Mas há companhias MAIS e menos, destinos MAIS e menos e mesmo aeroportos MAIS e menos. E eu que de uma forma boa (férias) ou menos boa (trabalho) tenho viajado bastante nos últimos anos sofri já alguns atrasos enervantes.
Mas já algum dos dois leitores deste blogue (Olá Mano!, olá Titia!) perguntou ao balcão porque é que há atraso ou ouviu o aviso sonoro?
Deixe-me adivinhar...
Hummm.... Bola de cristal a sintonizar... RIGHT!!

******* PROBLEMAS TÉCNICOS *******

Pois é: reactor avariado, bússola partida, ar condicionado, falta de manga, não há autocarro, as malas do vôo anterior ainda não foram descarregadas devido à greve...
PROBLEMAS TÉCNICOS!

2.
Sandra é hospedeira de bordo. Competente e organizada, é simpática e fala 3 línguas. Já trabalha na companhia há 6 anos e tem um ritmo de vôos (ou voos?) bastante rotineiro. A frota da companhia incorpora uns pequenos aviões "Embraer Casca de Nós" que levam 60 passageiros e a contenção de custos (anyone heard about crisis?) obriga-os a fazer a viagem com apenas duas hospedeiras: uma estagiária além da Sandra, chefe de serviço. Há muito que a Sandra, metódica e cumpridora, sabe que leva 11 minutos de casa à estação de metro, mais 16 minutos de metro até um pequeno comboio que a põe no aeroporto em 6 minutos. Há que acrescentar, como Coeficiente de Cagaço (CCg) até 5 minutos entre metro e comboio e até 3 minutos no metro. Mas hoje o despertador foi até à última, o metro atrasou e o comboio demorou mesmo 5 minutos a chegar.

3.
Estou com tempo e por isso vou nas calmas, no tapete rolante, segurando a mala de mão pousada no chão. Encosto-me bem à direita no momento em que sou ultrapassado pela Sandra, que vem a correr, corada e um pouco nervosa.
PROBLEMAS TÉCNICOS?

4.
Hoje viajei em Low Cost (anyone heard about crisis?). Levantei-me às 4 e meia da manhã e cheguei bem a tempo ao embarque. Entramos a tempo. O avião começa a ser rebocado para entrar na pista, mas não chega lá, é obrigado a voltar para a manga. O informalismo típico das low cost começa nas hospedeiras que se riem bastante, tratam coloquialmente e falam (no caso de hoje, demasiado). Às vezes param para ir buscar a palavra na segunda língua (que falam bem, sem dominarem) e chegam a deixar as frases a meio. Hoje contaram tintin por tintin o problema técnico que nos fez atrasar duas horas e meia.

5.
Já me tinha metido a pensar nisto e imagino porque é que qualquer problema é identificado apenas pelas duas palavras mágicas. Seria muito estranho admitir que há um problema na emissão de bilhetes ou na falta de um autocarro e depois não poder dizer que um reactor está a ser reparado ou que o piloto está bêbado. Ultrapassa-se a questão tornando o problema em algo genérico que, claro, "toda a equipa se esforça por resolver com o menor incómodo possível para os nossos clientes".

6.
Hoja ela disse: havia um problema num computador do avião e o técnico estaria a chegar. O técnico veio e resolveu o problema em minuto e meio, dois minutos. Sou só eu que acho isto estranho ou a resolução para o problema técnico foi CTRL + ALT + DEL?

2 comentários:

Taxi Driver disse...

Essas três teclas fazem milagres! Eu uso esse truque muitas vezes! Works like a charm!

Anónimo disse...

dasss, p.t.?

que los parió!!!

exige high cost!!!