Decido apanhar o RER B. Esperança de que o "movimento social" já tenha amainado. De facto, está melhor. Mas devo ter chegado uns 3 minutos atrasado. O comboio seguinte não pára na estação em que devo saír para chegar ao escritório e dar luta às nove horas que me separam do fim de semana. E o próximo tem uma indicação no écran "En retard". Não deixo passar o primeiro. Penso rápido e entro para chegar à próxima estação: Cité U. Assim faço. Saio, deixo o bicho desaparecer no túnel e espero. 9 minutos. Penso rápido (outra vez. Está a tornar-se um hábito). Se sair, apanho o Tramway em direcção a Porte d'Ivry, desço ao lado do Stade de Charlety (dois minutos) e caminho uns doze minutos de cigarro na mão e cérebro desligado. Se esperar os nove minutos, corro o risco de vê-los transformarem-se em quinze, faço uns 2 ou 3 de comboio e tenho uns 6 para descer a encosta e entrar no escritório. Prós: se ficar parado, leio um bocado mais do Norman Mailer (Os nus e os mortos). Contras: fico parado. Decido andar. Saio no estádio e caminho até à rotunda do périph. E o que vejo? Uma carrinha do meu serviço com o tipo lá dentro a rir-se e a mandar uma boca para o lado. E o que era? Uma mulher de seus trinta, a dar para o gorda, feiota, de véu "islâmico" azulão a pedir boleia com a placa da praxe. A placa dizia "Péage A4". Consegui ler a parte de trás. Numa caligrafia florida, com cores, vejo a palavra:
MUNICH.
Ainda dizem que eu sou tolo...
MUNICH.
Ainda dizem que eu sou tolo...
1 comentário:
Ela deve-se fiar naquela velha do "quem tem boca vai a Roma"...
entretanto, quando largas a porra do cigarro?
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