Dizem que os aeroportos são lugares impessoais, todos iguais. Na verdade há-os bem distintos. Até um mesmo aeroporto pode ser bem diferente consoante a situação. Tudo depende da razão por que se está lá. Em férias ou em trabalho. Sózinho, em grupo, a dois. Em escala. Atrasado. Bloqueado. Mesmo em férias as salas de espera, os portões de embarque, são muito diferentes, dependendo se se está a ir ou a voltar. Há aeroportos em que a zona de partidas é brilhante enquanto a zona de chegadas é glauca. Na verdade, quase todos os que conheço. Há aeroportos com dois, três, quatro terminais. Há-os em que a diferença entre os terminais é abissal. O terminal 2 de Barajas parece estar num país diferente daquele em que se encontra o terminal 4. O terminal 1 de Malpensa apresenta-nos uma área de partidas agradável e de chegadas repugnante, enquanto no terminal 2 pouca é a diferença. No Charles de Gaulle, consoante a área, estamos em África ou na Europa do Norte. Beauvais, ponto da Ryan Air em "Paris", parece um curral de gado. London City Airport, um dos destinos "Low Cost" de Londres, parece um Hotel de luxo. O do Porto é verdadeiramente limpo e acolhedor (nas partidas como nas chegadas) enquanto o de Lisboa tem a vantagem de nos largar em plena cidade. Estive em Schiphol (Amesterdão) numa escala de umas horas. Ia de férias e bem acompanhado e lembro-me de uma espécie de centro comercial misturado com parque de congressos ondo comi sushi pela primeira vez.
Normalmente, as esperas não me entediam. Se houver espaço de fumantes (como em Madrid) tanto melhor. De qualquer forma tenho o meu livro. E o cortejo de humanidade que vai desfilando. Às vezes a humanidade pode ser bonita. E passar de botas e mini-saia com um tentador decote.
Mas começo a ter a minha dose. Sobretudo estando há quatro horas e meia no mesmo sítio com um livro de filosofia que percebo a um terço. Estou a ser presunçoso, para ser franco: já passei pelas brasas duas vezes. Há quem lhe chame meditar...
Eu que já aqui disse que desde que me apaixonei pelos livros nunca mais sofri de tédio quero aqui dizer, à laia de conclusão, que é bem mais fácil quando se pode trocar a camisa de ontem.
Normalmente, as esperas não me entediam. Se houver espaço de fumantes (como em Madrid) tanto melhor. De qualquer forma tenho o meu livro. E o cortejo de humanidade que vai desfilando. Às vezes a humanidade pode ser bonita. E passar de botas e mini-saia com um tentador decote.
Mas começo a ter a minha dose. Sobretudo estando há quatro horas e meia no mesmo sítio com um livro de filosofia que percebo a um terço. Estou a ser presunçoso, para ser franco: já passei pelas brasas duas vezes. Há quem lhe chame meditar...
Eu que já aqui disse que desde que me apaixonei pelos livros nunca mais sofri de tédio quero aqui dizer, à laia de conclusão, que é bem mais fácil quando se pode trocar a camisa de ontem.
3 comentários:
Ópá se tu soubesses, terias contigo um daqueles romances medíocres do canadiano! Mas puseste-te a ler Camus, carago... :)
E mesmo do Camus, era mais agradável reler o Estrangeiro, ou a Peste. Mas pronto, deu-me p'ra isto...
Quanto ao "canadiano", pode não ser a grande literatura, mas não dás pelo tempo passar. Que o diga o Consulado de Portugal.
Se estivesses a ler "o estrangeiro" já o terias acabado de ler ainda antes da primeira soneca. E então só te restaria o espreitanço para as meninas de mini-saia e botas.
o que daqui se tira é:
-porra, tu vais para Milão sem máquina fotográfica?!?
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